Fitei por alguns longos segundos a rua escura lá fora, estático como um totem, próximo a janela q estava aberta. O vento úmido me dizia que iria chover logo, a cidade preparava-se para a chuva! Uma senhora carregando sacolas de supermercado andava a passos rápidos como se quisesse evitar ser atingida pelas gotas que logo cairiam do céu. Um menino de uns sete ou oito anos sentado na calçada me chamou a atenção. Ele olhava curioso para as moedas em sua mão como se quisesse contá-las e parecendo não conseguir colocou-as em seu bolso ignorando o valor delas. Era uma brincadeira do destino comigo, usando uma metáfora barata para me fazer pensar... o menino e as moedas em sua mão, sem saber o valor delas ele as coloca no bolso ignorando-as, assim fiz eu com pessoas indispensáveis em minha vida, sem conseguir dar o devido valor a elas eu simplesmente as ignorei.
Sem saber o valor das moedas ele deixou de tirar o maior proveito que poderia delas como eu deixei de aproveitar o melhor das pessoas que guardei em meu bolso e fingi esquecer! O destino cruel sabia que iria me magoar. Sentei aqui em frente ao computador e comecei a ouvir "Samson" - Regina Spektor - e depois de desistir da idéia de cortar os pulsos (sempre a primeira idéia que se tem ao ouvir essa música) resolvi escrever! Queria voltar a ser criança pra deixar de lado orgulho e timidez e procurar essas pessoas com uma flor pra cada e uma cartinha pedindo desculpas sinceras por ter me escondido delas. Por ter negado o ombro e o abraço em tantas vezes necessárias!
Perdão!
DEMOCRACIA
Há 14 anos
5 comentários:
Você não é criança, mas também não é um idoso de 94 anos pra tentar justificar não correr atrás de seus erros e consertá-los, para trazer pra si aqueles que amou e deixou de lado.
Larga mão de ser besta e vá fazer o que está sentindo vontade! (menos se matar ouvindo esse trem de música aí...)
te amo muito, viu?? mas o meu jeito de amar é "caipirão e desajeitado", como vc mesmo diz...
bjooooo
minha caipirona preferida sempre sempre!
Concordo com a Nessa. Seu post me fez lembrar daquela cena do filme "Bubble" (o do Eytan Fox) em que o Noam diz que parou de tocar (um instrumento musical) há algum tempo e que não podia mais fazê-lo, que era tarde; ao que seu namorado Ashraf diz que aquilo era besteira, que ele (Noam) era jovem e podia fazer o que quisesse.
Não é para tudo (nem para todos) que podemos voltar para trás e consertar os erros, mas quanto à questão que você descreveu no seu post, eu creio que isso ainda seja possível.
Abraço
só um comentário:
esse filme é mto bom! Bubble!
É verdade, adoro esse filme. No último festival mix de cinema, houve uma mostra só de filmes de Israel. Foi muito bom!
http://www.mixbrasil.org.br/filmes_mundomix_israel.shtml
Esse filme é excelente:
http://www.mixbrasil.org.br/f_isr_good_boys.shtml
Abraço
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