terça-feira, 28 de abril de 2009

De outro modo!

Tímido e completamente ruborizado eu sento frente ao computador para mais um post. Há tanto tempo não escrevo, parece-me não ser eu mais o dono disto aqui! Afinal tudo está mudando, não é?

A posição dos móveis em minha sala mudou sem minha autorização e o vento que soprava do Leste agora vem do Norte, a cor das paredes alteradas e o galo pregado no teto não canta mais! A janela agora corre no sentido contrário e meu cabelo está curto. O frio barra o calor mas a Terra se aquece e os ursos nadam mais, correm menos.

Autoescola é escrito assim, ideia assim, linguiça assim!

Tudo está mudando, não está?

Sou obrigado a crescer e meu tamanho não muda, os tijolos amarelos agora são os mármores brancos dos degraus do meu palácio e a madeira nas carteiras das minhas salas. Eu sei de leis que não sabia e esqueci leis que foram necessárias pra saber destas que agora eu sei... eu sei as positivas, esqueci as físicas, químicas, matemáticas...

Tudo está realmente mudando e mudando algumas peças se encaixam, outras cartas saem do jogo e tudo parece um grande xeque-mate... é um período eterno de agora ou nunca... e o que é o agora? e quando é o nunca???

Tento obrigar meu corpo a manter o pecado latente, embora ele esteja se apagando, quero manter a ilustre fama de ser só... mas estou mudando... tudo está mudando... parece-me que meu coração não quer mais colecionar paixões ou colecionar pessoas, parece-me que meu ego já está satisfeito com todas as declarações, com todas as conquistas... e por mais insano q isso possa parecer, parece-me que uma parte de mim quer a castidade justificada pelo amor.

Mudanças sempre me assustam pois adaptações nunca são simples, tudo está mudando, inclusive eu.

Meus desenhos não brilham como antes, meus livros não são mais infantis... ser mimado não me traz mais nada, magoar as pessoas passou a me magoar. Contra todas as minhas vontades estou envelhecendo... e até onde isso vai? Aprendi em pouco tempo, depois de toda a vida, que não sou o centro do universo, que não sou o protagonista dessa novela, mas divido a cena com todos os outros igualmente e nessa igualdade é injusto mentir dizendo doar meu coração a tantas pessoas só para colecioná-las.

Tenho consciência des erros que outrora pareciam acertos, estou mudando, como o vento que era do Leste e agora é do Norte... vou fechar a janela no sentido contrário e tentar dormir virado para o outro lado da cama, de outro modo...