sábado, 25 de outubro de 2008

desobrigue já!

Hoje São Paulo dormirá... ou pelo menos mais que em outros finais de semana quaisquer: hoje é véspera de eleição! Amanhã os paulistanos (os legítimos e os "agregados") decidirão o destino da cidade mais importante do país, mas tem o povo capacidade de fazê-lo?

Resolvi brecar meus estudos pra tentar analisar essa situação com vc, blog, pra tentar concluir alguma coisa. É certo, claro, que visto a camisa da liberdade, do voto secreto, do voto universal, do direito de participar da apoteose da democracia: a eleição, entretanto será que o voto obrigatório é a melhor forma de demonstrarmos uma sociedade madura e pronta pra colocar no poder aqueles cujas escolhas nos representarão?


A obrigatoriedade do voto, a meu ver, torna nosso sistema eleitoral tão elogiado, obsoleto. E vou provar com dois exemplos certeiros o que quero dizer:

EX1:

Clodovil e Frank Aguiar como deputados... às vezes eu ainda acho que isso é piada de mau gosto.

EX2:

Um boteco, 3 homens conversando: "Não, eu não vou voltar nele, pra mim ele é sãopaulino" - relatou o primeiro obtendo a seguinte resposta de um segundo: "não, é palmeirense, pode votar, ele é palmeirense que nem o Serra e a Marta é que é sãopaulina" e o terceiro participando da prosa: "será que nenhum é corinthiano? Não vou votar em corinthiano, precisa ter certeza disso". Só pra colorir o problema ilustrado a discussão era séria, presenciei hoje de manhã e foi quando resolvi que precisava escrever sobre o assunto.

Não, o povo não tem discernimento suficiente para eleger governantes. Votar em personalidades ou em eqüidades futebolísticas (juro que não encontrei termo melhor) é um perigo pra nação. Passamos por um tempo de crise, talvez estejamos às vésperas de outro 1929, é preciso dentro de palácios de governo, câmaras, congresso, homens e mulheres sérios e comprometidos com a nação, comprometidos com aspectos sociais, políticos, econômicos, ambientais, comprometidos com o desenvolvimento não de novas tecnologias, mas desenvolvimento de um organismo único chamado sociedade e para tanto não se pode entregar a quem não tem responsabilidade o grande poder de colocar no cérebro desse organismo qualquer um apenas por tocar teclados ou por torcer pra esse ou aquele time.

A democracia brasileira ainda é jovem, sei disso, e sei que está amadurecendo, mas é preciso dar logo mais um passo rumo à maturidade dessa sociedade verde amarela, é preciso transformar em direito o dever de votar, só assim dormirei tranqüilo as noites dos outubros de todo ano par.